O ‘Minha Receita’ desta quinta-feira, 22, foi até São Francisco de Paula, no Rio Grande do Sul, conferir o tradicional churrasco de vala, aquele que é feito no chão. Em entrevista ao repórter Carlinhos Carneiro, o chef Marcos Livi, do projeto ‘A Ferro e Fogo’, contou detalhes sobre o processo.
“Costumo dizer que a tradição do fogo de chão começa mesmo quando o homem descobriu o fogo”, brincou o chef. “Mas, a nossa tradição começa com a chegada dos jesuítas no Rio Grande do Sul. E isso se espalhou. Os portugueses chegaram pelo outro lado, usando as espetadas e o churrasco na vala, os italianos levaram para a serra… então, há uma influência de colonizações, que começa em 1.500 e não para mais”, explicou.
O mais importante do fogo de chão, segundo o chef, é a junção da boa carne com a boa lenha. Os dois tipos de lenha, aliás, mais utilizados são: eucalipto, que faz um fogo mais leve, e pinus, que deixa um aroma mais marcante.
Sobre a maior diferença entre o churrasco gaúcho e o de outras partes do Brasil, o chef explica que as carnes do Rio Grande do Sul costumam ter osso. “Carlinhos, você morou em São Paulo. Eu moro em São Paulo. Onde você foi comer picanha? Lá [em São Paulo], né? Uma carne boa para assar aqui, no Sul, tinha que ter osso e gordura”, contou ele.
No projeto do chef, o ‘A Ferro e Fogo’, além da carne, são servidos salada de batatas (uma tradição gaúcha), além legumes assados na brasa, frango e cordeiro. “Depois desse ‘shopping center de comida’, ainda tem as sobremesas: sonho e frutas variadas com sorvete de chimarrão. ”
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